Criticando Flor da Urca

Volto de férias num dia especial e desafiador. Especial porque começa hoje a 3ª edição carioca do festival Comida di Buteco, que nos próximos 31 dias vai preencher nossas almas e artérias com petiscos das mais variadas procedências e criatividades (leia tudo sobre o evento na reportagem da minha amiga Cláudia Amorim, na página 4). E desafiador pela difícil missão que foi preencher este espaço com um bar que não estivesse entre os 31 concorrentes (para não favorecer ninguém na contenda), e que também nem pudesse estar, pois eis que sou colunista - e não lobista - de botequim. Por acaso ou não, tinha eu na gaveta o lugar perfeito para preencher esses requisitos: o Flor da Urca, um sexagenário e extraordinário boteco, pé-sujo daqueles, mas que por filosofia não serve petisco algum. O que o deixa automática e permanentemente fora da lista de possíveis candidatos do concurso. Apesar do nome, Flor da Urca é bar de homem. Nas duas últimas vezes em que lá estive, não contei mais de duas mulheres no salão lotado de 40 lugares. Talvez seja o clima espartano do lugar, onde só se serve uma coisa: comida farta, o dia inteiro. PFs saborosos, respingantes e muito baratos. Lá tem bife com tamanho de filé, feijão de comer se lambuzando, batata frita fina e torcida, do jeito que a mãe fazia. Nada nunca acima de R$ 9 por pessoa. Por isso mesmo, é o paraíso dos taxistas, exímios farejadores de bons PFs. E se depois de comer ainda sobrar espaço, caro leitor, não deixe de experimentar o pudim. É de leite condensado mesmo. Sem frescuras.