Criticando Mitsuba

Estive no japa mais comentado da Tijuca - cujos elogios chegam até a Zona Sul - levada por Jason Vogel, editor do CARROetc, um entusiasta não só da cozinha dali como dos preços desta casa que faz sucesso há cinco anos. Há três, no barato, dou a volta no Jason e transfiro nosso almoço para "a outra segunda, sem falta!". Finalmente ela chegou, não a segunda, mas uma sexta-feira espremida no feriadão. Do jornal ao Mitsuba foi um pulo. A sexta murcha ajudou, assim como o bólido de Jason. E, num piscar de olhos, adentramos a casa de Homero Cassiano, empresário que jogou para o espaço o mundo da moda e mergulhou, para nossa sorte, em águas profundas. O cheirinho de peixe bacana dá (logo de cara) as boas-vindas para quem chega ali. E um providencial quadro-negro anuncia as estrelas do dia: peixe-serra, linguado, atum... No sushi bar, Dudu (Eduardo Nakahara), sushiman tão renomado quanto calado, passou a despachar para a nossa mesa (com o nosso o.k., claro) uma sequência de duplas fantásticas (com preços que variaram de R$ 5,80 a R$ 15). Eram nacos de peixe de corte grosso, que iam além do arroz do sushi (moldado no formato quadradinho). O linguado com molho cítrico abriu a série, seguido por salmão brûlée com flor de sal e laranja; mariscos hookigai importados do Canadá; tempura de peixe branco com shiso (folhinha perfumada que a casa usa fresca); xerelete com tartare do próprio peixe; atum gordo com pimenta coreana salpicado com flor de sal; e linguado com conserva de cogumelos. Fechamos com uma porção de sashimi (R$ 17,50, dez fatias): pargo, faqueco (não é demais este nome?), atum... O melhor da rodada? Não sei, talvez... todos! O Mitsuba é japonês do naipe de um Azumi ou um Ten Kai que, assim como eles, segue à risca a tradição até a raiz da raiz-forte. Só isso justifica um ida até a casa. O saldo do dia foi para lá de positivo. Literalmente: nossa comilança custou menos de R$ 90 (sem bebida) - para dividir por dois.