Criticando Adega do Pimenta

Uma coleção magnífica de aguardentes europeias. E não é de Becosa - aquele meu parente distante e popular, comum nos botecos mais obscuros - que eu estou falando não. As garrafas que frequentam prateleiras e freezers da Adega do Pimenta - tradicional bar alemão de Santa Teresa que completa 25 anos de boa vida neste domingo - são a fina flor de steinhagers, genebras, aquavits e outros schnapps, que fazem a alegria dos apreciadores destes destilados de frutas e cereais. Muito comuns no Centro e no Norte da Europa, eles são difíceis de encontrar em abundância e qualidade aqui nos balcões tupiniquins. Mas na Adega do Pimenta, caro leitor, abundância nunca foi problema. Nessa casa de joelhos de porco escandalosos, kasslers saborosíssimos, linguiças e salsichas de todas as cores e formatos, é possível encontrar tesouros etílicos. Todos sob os cuidados carinhosos de seu William, o dono, que guarda 70 rótulos diferentes de schnapps gelados, vindos de Noruega, Hungria, Holanda e Alemanha. Meu preferido é o húngaro slivovitz, de ameixa, que estala na boca de tão perfumado e saboroso. Mas isso é só o aperitivo, caro leitor. A diversão, ali, é perder-se no chope muito bem tirado e nos 21 tipos de embutidos alemães. Uma receita bem-sucedida que começou com o fundador da casa, o alemão Holf Pfeffer, que se foi em 1992 mas até hoje é reverenciado pelo jeito único que tinha de receber e beber com seus clientes. Hábito que seu William adotou à perfeição e aplicou também na pequena filial, o Her Pfeffer do Leblon.