Criticando Bar Macaense (Bode Cheiroso)

Antes, um aviso: não servem bode no Bode Cheiroso, um dos mais bem preservados botequins tradicionais da Tijuca. O nome veio dos alunos cegos do vizinho Instituto de Reabilitação Oscar Clark, que troçavam do cheiro do banheiro em dias de jogo no Maracanã. Mas isso foi nos anos 50, quando a casa ainda era um dos poucos bares perto do estádio e vivia lotada em dia de futebol. Hoje, o banheiro do Bode Cheiroso é asseado, mas o nome pegou e pouca gente sabe que ele se chama é Bar Macaense. Quem guarda essa história é Marta, a dona, filha do Manoel, fundador da casa em 1946, já falecido. Agora é o olho dela que engorda o bode, marcando auspiciosa presença num ambiente quase sempre masculino. Elegante, copo de vinho na mão, ela dá as ordens no balcão do Bigode, há 40 anos na casa. É Bigode quem explica porque a sardinha frita, uma das especialidades da casa, não anda farta por esses dias. - Nessa época é comum venderem savelha como sardinha na feira. São parecidas, quem não sabe nem nota, mas a savelha é mais espinhenta. Aí, não compramos - diz. Já a feijoada de sexta (hoje tem!) não falha. É uma das melhores do bairro e vale cada tostão (R$ 15). Assim como o caldinho de mocotó (R$ 7). Graças à cozinha talentosa, ao esmero com a temperatura da cerveja e ao clima democrático, o bar é sede da Confraria do Bode Cheiroso, que organiza festas, rodas musicais e churrascos no local.