Criticando Da Brambini

Escondidinho e low profile , o Da Brambini, no Leme, está fazendo 20 anos. No tempo em que abriu, o Rio conheceu um tipo de cozinha italiana diferente da que então imperava por aqui, então farta em cantinas e sabores da mamma e nonna de procedências duvidosas. Na verdade, boa parte desse sapori d'Italia era conferida por cozinheiros nordestinos. La Mole é um exemplo clássico desse perfil de cozinha italiana à moda do chef... cearense. Graças ao Da Brambini, um bico mais fino da "Bota" pisou firme na Av. Atlântica. Nos bastidores da casa, uma leva de italianos bons de cozinha, que depois de fazer a boa fama do espaço partiu para outras empreitadas bem-sucedidas (Osteria dell'Angolo, Gibo e Forneria são algumas delas). Dos primórdios, ficou o milanês Umberto Vegetti, que continua tocando bravamente o local, como pude conferir em almoço recente. Fui num dia de semana qualquer com Bety Orsini, minha fiel companheira para investidas diurnas (noturnas, jamais), e nos deparamos com um salão cheio, bem cuidado, perfumado, com toalhas engomadas nas mesas (como é bom), taças reluzentes e o couvert adorável da casa rodopiando nas bandejas. Animador. O couvert é uma seleção de antipasti dos bons. Pela Orsini, ficávamos só ali nos cubos de omelete com verduras, nas verduras grelhadas, pastas de muitos sabores, pães rústicos caseiros e quentinhos (R$ 39). Mas o cardápio nos seduzia com o carpaccio de peixe do dia (R$ 29). Como resistir? Depois, o pappardelle alla Portofino (R$ 39), massa caseira larga e leve, com um mix de pesto interessante, com tomate fresco, molho branco, azeite e alho. E a piccata al limone (R$ 49), carne macia e acidez na medida. Perfumamos a boca com um limoncello adorável e partimos. Não rumo à Irineu, mas para uma breve caminhada pela praia. Vida duríssima essa nossa...