Criticando Zuka - Leblon

Donatella Colombini é uma simpática italiana que não come massa. Nem qualquer tipo de queijo. Conhece outra? Eu não. Donatella está à frente da única vinícola da Itália que é comandada só por mulheres: a La Fattoria Del Colle, na Toscana. Da equipe de enólogas à turma que colhe as uvas, tudo é mão de obra feminina. Também não conheço outra. Gostei muitíssimo da tê-la como parceira do almoço, semana passada, no Zuka. E de seus brunellos espetaculares. A chef Ludmilla Soeiro (que estava a postos, coisa nem sempre comum em se tratando de almoço) fez a sua parte. O menu diurno dali custa R$ 60, de terça a sexta-feira, com direito a entrada, prato principal e sobremesa. Ou R$ 58, sem um dos serviços. Cifras sem os vinhos de Donatella, claro. Tirando a trouxinha crocante recheada de queijo de cabra com nozes e um sauce de tomilho e mel, que pedi de entrada, procurei acompanhar as restrições de Donatella, que optou pelos anéis de lula com pesto de limão. Gostou. Paulo Nicolay, um dos meus gurus para assuntos de vinho, pediu a chapa com legumes grelhados, bem interessante. De principal, elegi uma carne para acompanhar o brunello Prime Donne (outra homenagem às mulheres): um bife de chorizo com chantilly de trufas salpicado com pimenta-rosa (maravilhoso) e batatas rústicas. Donatella foi de magret de pato glaçado no mel de tomilho, enquanto Nicolay ficou com o prime rib com nhoque de batata-baroa. De sobremesa, banana-d'água na brasa e chocolate com Grand Marnier servido em potinhos. Deixei a casa convencida de que foi uma ótima escolha. Donatella também. Pedimos o que deu vontade (nada de massas e queijos, per favore), sem a clássica imposição dos menus executivos que costuma vigorar. E a cifra de R$ 60 ainda me pareceu bastante camarada. Jurava que custava bem mais....