Criticando Prima Bruschetteria

A culpa talvez tenha sido nossa, de ir a uma bruschetteria das mais festejadas para não comer bruschettas. Ou dos chefs da Prima Bruschetteria, os jovens Erik Nako e Cristiano Lanno, que resolveram tirar o foco do que fazem de melhor (bruschettas, claro) e apostar em pratos que exigem mais prática, habilidade e até mesmo espaço no preparo. Resultado: de bowls em bowls, desfrutamos de um jantar que só não foi um desastre completo porque, quando o tempo fechou de vez, pedimos uma dupla de bruschettas espetacular. O problema é que o cardápio dali, além de 20 opções de bruschettas (conheço várias e gosto muitíssimo), traz saladas, pastas, risotos e antipastos. A fome era grande! Daí, o cuscuz siciliano com camarão, tomate-cereja e caponata, servido no bowl (R$ 15, meia-porção), me apeteceu. Mas, que nada: chegou sem gosto, sem graça, sem camarão (!) e o grão ainda estava no ponto errado. O misto de folhas com peras no balsâmico, gorgonzola e nozes - composição, convenhamos, das mais simples - tinha balsâmico em excesso. Era ácido na boca, e o azeite, sorry, estava rançoso. Além do mais, não é todo mundo que curte comer salada espremida num bowl, concorda? Pensei em investir no risoto de cogumelos com azeite trufado (no bowl), mas acabei pedindo o steak tartere del chianti com limão-siciliano (R$ 34). Sem bowl. Gostoso, mas a carne chegou escura, salpicada de queijo ralado e uma pincelada de ketchup no prato. Chico Mascarenhas, do Guimas (que só serve o prato até as 21h49m, para não incomodar os vizinhos com a bateção das facas), me ensinou que steak tartare escuro é congelado. Ah, meus diletíssimos chefs, isso não dá... Não sei se uma casa chamada Prima Bruschetteria precisa servir mais do que bruschettas benfeitas. Nem se quem vai ali espera por isso.