Criticando Bar 20

Há muito tempo, quando Ipanema ainda era uma espécie de Recreio do Rio Antigo, Vinte de Novembro era o nome da principal rua do bairro. Por décadas, também, um bar com o mesmo nome funcionou na última praça da rua, lá onde o bonde fazia a curva para retornar ao centro da cidade. E este bar ficou tão famoso, mas tão famoso, que acabou emprestando seu apelido para todo o quarteirão. Este bar, caro leitor, é o Bar 20. Depois que os bondes se foram e a rua virou Visconde de Pirajá, o Bar 20 iniciou um período de decadência que durou muitas décadas. Virou um pé-sujo daqueles. Mesmo assim, não havia morador de Ipanema que não conhecesse o Bar 20. Mesmo que não frequentasse. E essa história começou a mudar em 2007, quando três empresários locais compraram o ponto com a intenção de transformá-lo num barzinho sofisticado. Graças a Deus, de realmente sofisticado o atual Bar 20 não tem nada. Apesar das mesinhas de madeira e das paredes pintadas de salmão, ele mantém o espírito despojado que sempre dominou o Largo do Bar 20, único local de Ipanema que reúne armarinho, loja de material elétrico, chaveiro e fábrica de gelo num mesmo quarteirão. O chope honesto acompanha bem os dois melhores petiscos da casa: costelinha com chutney (R$12) e canjiquinha com calabresa (R$5, só às quartas). E, como todo bom boteco que se preza, não cobra gorjeta alguma.