Criticando Vinoclub Bistrô

Se fosse um bar ou uma choperia seria imperdoável: no projeto do novo espaço gastronômico do Shopping da Gávea, o arquiteto André Piva reservou uma boa área para a cozinha (bravo!), mas deixou os banheiros de fora. Literalmente. No Vinoclub - sim, como o nome sugere, vinho é a bebida dali -, os banheiros são os do shopping, no final de um corredor de lojas. Quebra o encanto, claro. Mas, não, não perde a graça. O diferencial do "club" é o seu sistema de máquinas italianas com garrafas de vinhos dispostas e climatizadas em vitrines, nas quais podemos usufruir de bons (até ótimos) rótulos bebericando em taças - há 200 outras opções na adega. Nós mesmos enchemos as taças (em três dosagens diferentes) graças a um cartão magnético que o maître entrega na entrada. Mas não pense que é chatice ou bobagem. É divertido e rende bons frutos: pode-se beber pouco (o que definitivamente não foi o nosso caso) e usufruir de vinhaços que normalmente só são servidos em garrafas. Cheers! Afora a novidade das maquinetas, o Vinoclub acena também com uma boa cozinha. Mesmo. Além dessa paleta de cordeiro extracozida da foto, que se desmanchou em nacos perfumados na minha boca, quer outras dicas? Os pães são feitos ali - e isso hoje é um eficaz cartão de visitas. Estavam todos impecáveis, quentinhos, caseiros... Provamos do suflê de queijo de cabra com compotas de frutas (R$ 26), do canudinho crocante feito com pão de miga e recheado de peixe com manjericão e azeite de ervas (R$ 27), do figo com Parma e Grana Padano (R$ 24), do torteloni de vitelo com Grana Padano (R$ 42), e, claro, da paleta de cordeiro, que foi a campeã da rodada. Por falar em rodada, o nosso giro etílico foi alto: teve Côtes du Rhône, Bordeaux, Porto vintage, espumante Ferrari, dois pinots noirs (Nova Zelândia e Vêneto) e um Ribera del Duero. Daí, não deu outra: me perdi a caminho do banheiro.