Criticando Tabacaria do Ouvidor

Já fui de frequentar a Lapa. Mais do que deveria, aliás. Mas... Apesar de gostar de lá, cheguei à conclusão de que um jovem senhor como eu fica totalmente deslocado no meio da garotada que toma cerveja à beira de geladeiras de isopor e consegue digerir um cabritão às quatro da manhã. Nã-nã: meu Centro, agora, é outro. Mais precisamente, a área em torno do CCBB, diurna, limpinha e sortida de boas opções gastronômico-culturais. Foi depois de um almoço com amigos que me deparei com a Tabacaria do Ouvidor. Rolava uma festa para conhecidos dos donos, adoráveis. Simpáticos, nos convidaram a conhecer as instalações. Vitrine climatizada para charutos, lounge no andar de cima, exaustores potentes para não deixar juntar fumaça, belos cinzeiros de louça e muito bom gosto na decoração. Tudo isso num sobrado de 1882, bonitinho como quase tudo naquela área. Na segunda-feira, voltei para uma comidinha rápida antes de pegar no batente. (Ah, sim: eu também queria voltar a sentir a sensação de fumar onde se come - ih, falei!). Com menos de dois meses de aberta, a tabacaria vai de vento em popa, com clube do uísque (a garrafa de Johnnie Walker Red sai por R$ 120; a dose, por R$14) e petiscos como o muffin de provolone, delicioso, a R$ 4,30 (vai por mim: peça para esquentar no forno, e não no micro-ondas), e quiches (R$ 3,80). Sábado passado, a casa inaugurou seu serviço de aluguel de narguilés (R$ 15, para dois; dá uns 40 minutos de pitos). Fiquei tentado, mas... Para este jovem senhor, fumar narguilé numa segunda à tarde seria tão deslocado quanto estar na Lapa sexta à noite. Ficou para a próxima.