Criticando Lapa Café

Quando meu amigo Sergio comprou apê na Lapa, tive um pensamento originalíssimo: "Que coragem." E me pus a supor o que faria um cara da night num bairro cercado de samba por todos os lados. (Não entendam mal: adoro samba e simpatizo com a Lapa. Mas o Sergio...) Pois bem, semana passada fui a uma festa ótima num lugar aberto, sem alarde, há dois meses. Trata-se do Lapa Café, dos irmãos José Fernandes Júnior, Jonas e Jefferson Coutinho. Nunca vi nada parecido no bairro. Na verdade, nunca tinha visto nada parecido no Rio. Dizer que é um misto de bar, galeria de arte e pista de dança é muito pouco. A galeria foge ao padrão "galeria-de-bar-onde-os-amigos-expõem". É galeria mesmo, com curadoria do artista plástico Raimundo Rodrigues. Não entendo de arte, mas gostei muito do que vi. A pista de dança... Além de bonita, com estruturas aparentes e boa luz, deve ter o maior pé-direito que já vi por aqui: uns três andares, no mínimo. Andares de um casarão de 1902; ou seja, altíssimos. Mas atenção: por enquanto, essa parte, ao fundo da casa, serve só para eventos e festas. E chegamos ao bar, com 170 marcas de cervejas de todo o mundo à disposição. As artesanais mais sofisticadas custam R$15. As mais caras são inglesas e irlandesas tradicionais (R$35, por 600ml). E uma das mais curiosas é a mineira escura Vilã, de Curvelo, da qual são produzidos apenas 20 litros por semana (600ml a R$16). As quiches com salada, para acompanhar, saem por R$10,90. Os irmãos vão com calma: abrem poucos dias na semana e fecham cedo. Semana que vem, devem estender até as 22h e, em breve, vão abrir no primeiro sábado do mês, para aproveitar o movimento da feira de antiguidades da Rua do Lavradio. Na programação musical, canto lírico (uma vez por mês) e grupos instrumentais. Sortudo, o Sergio.