Criticando Cosmopolita

Salvo engano, o Oswaldo nasceu em 1933, quando seu pai trabalhava no Rio. Cria da Lapa, mas imbuído de um genuíno espírito, digamos, cosmopolita. "Papai era diplomata", diria ele, se um dia com você conversasse. Quando jovem, era o xodó do pai. Vivia em sua mesa, onde quer que o velho fosse. Hoje, quase 80 anos depois, é um senhor vetusto mas popular. Anda na boca do povo e frequenta tudo quanto é lugar. Mas é ali, na Lapa, que pode ser visto no seu melhor traje. Na boa e confiável Cosmopolita - a casa onde ele, o filé à Oswaldo Aranha, nasceu. O leitor e a memória do embaixador e ministro Oswaldo Aranha hão de perdoar a metáfora canhestra. Mas concordarão que a criação do filé que leva seu nome, se não o mais importante, é certamente seu feito mais popular. Impossível visitar o Cosmopolita sem se deliciar com essa lembrança. Até porque o filé segue como carro-chefe do lugar. Lá, ele é montado ainda no fogão, dentro de uma grande frigideira levada direto à mesa. Quem quiser pode requisitar que o dono, seu Juan, sirva o prato do jeito que o ministro inventou: com os acompanhamentos, arroz, farofa, batatas portuguesas e alho fatiado (não picado), misturados, debaixo do filé alto assado ao ponto. Na luta do Cosmopolita contra a transformação da Lapa em parque temático, o filé à Oswaldo Aranha (R$45,50, para dois) é a sua mais poderosa arma. Visite o blog de Juarez Becoza