Criticando Confeitaria Manon - Sete de Setembro

Nunca tinha ido à Confeitaria Manon, que funciona desde 1942, até a semana passada. Estive ali não pelos dotes culinários da casa, mas pela nova filial, instalada na loja art nouveau da Sete de Setembro onde, durante décadas, funcionou a Cavé - essa sim, confeitaria que freqüentei com os meus avós quando era criança. "Quem vem de lá lê, que vem de cá vê", diziam, em coro. Adorava. Pois bem, o prédio, que é uma jóia de 1860, andava em péssimo estado, abandonado, decadente, ruindo... Foi quando os donos da Manon entraram em cena: providenciaram e bancaram a restauração do imóvel (bravo, bravíssimo!), que voltou a reluzir. É emocionante hoje entrar ali (mesmo para quem nunca esteve lá) e conferir o colorido dos vitrais, o piso, os lustres e as simpáticas plaquinhas nas mesas, com nomes de clientes ilustres (da Cavé, não da Manon). Sentei na da Chiquinha Gonzaga, a "primeira chorona" do país. A antiga razão social da casa ainda está pelo salão (o Patrimônio Histórico não deixou apagar) e só mesmo quando o cardápio me foi entregue (de plástico feioso) é que me dei conta de que estava em outras mãos. De um lado, fica o simpático café da casa, com mesinhas e vitrines com doces (caprichados) e salgados (assustadores). Do outro, o salão principal, com mesas de época, espelhos de cristal e um cardápio de dar dó. Daí, entre ficar com o risoto de frango e um festival exótico, optei pelo salmão (com espinha e pele) acompanhado de pêras e bananas grelhadas (R$28,90), que voltou do jeito que chegou: inteirinho e boiando em gordura. A torta de morango não atenuou a minha decepção, muito menos os petits fours, que caíram como pedra (portuguesa) no meu estômago. Depois da reforma, é hora de mexer na cozinha da Manon. Mãos à obra, urgente.