Criticando Caffè Olé

Cansei de esperar pela revitalização da Praça Tiradentes. Há tempos, escrevi até uma matéria no melhor espírito "agora vai" neste prestigioso caderno e... nada. Digo isso porque amo o Centro, tão menos posudo e mais interessante que a ZS. Aliás, o Centro, não; os Centros: não dá comparar Lapa com Cinelândia ou Rua do Lavradio com Praça Quinze. Sábado passado, por conta de amigos que estão expondo no FotoRio, voltei à Tiradentes. Fui à galeria Largo das Artes, instalada num daqueles sobrados que só o Centro tem. Pois sob a galeria fica o magnífico Caffè Olé. E era aí que eu queria chegar. O Caffè Olé me faz acreditar até na volta da Tiradentes ao esplendor. Aberto há um ano pelo alemão Mike Schadrack e seu companheiro, o espanhol Pedro Aranda, fica no meio do sebo Letra Viva. Convenhamos: no Rio, é rara a experiência de se tomar um drinque cercado por estantes de livros num sobrado com pé-direito vertiginoso e decoração que mistura, sem afetação, modernidade e tradição. Gostei antes de comer ou beber. Quando comi e bebi, me apaixonei. Sente só o sanduba Espanhol: omelete de batata e cebola frita no pão perfumado de tomate e azeite (R$ 13,90). As quiches custam R$ 7. Tudo bom, bonito e barato. Por contrato, Mike não vende cachaça e similares. Mas drinque pode, por R$ 15. Não ter cachaça, a gente releva. Pena é o Caffè abrir só nos fins de semana quando rola evento na galeria. Fica o pedido. Caffè Olé: Rua Luis de Camões 2, Centro - 2509-7331. Seg a sex, das 9h às 20h. C.C.: Nenhum.