Criticando Bar e Restaurante Adriano

Vida de jornalista independente leva a gente com frequência ao coração de Botafogo. É reunião em agência, assessoria de imprensa, produtora... Isso sem contar as consultas e exames médicos, cada vez mais numerosas com o trote célere da idade. Não é raro, portanto, verme vagando pelas transversais da Voluntários da Pátria à cata de um restaurante bom e barato para almoçar. E escolhendo, quase sempre, o acolhedor Adriano, da Real Grandeza. Pois estava lá eu dia desses, sorvendo um milanesa cavalar com fritas e ovos estrelados, quando atentei para o fato de jamais ter elencado o Adriano nos anais desta coluna botequeira. Desfaço agora essa injustiça. O Adriano, caso o leitor ainda não saiba, é aquela porta salvadora de madeira, vidro e cortininhas em pleno caos da esquina mais central e movimentada de Botafogo. Está lá há quase 60 anos, sempre ostentando o nome de seu fundador, já falecido. O cardápio, também, nunca mudou. Filés e frangos grelhados ou à milanesa, sempre por menos de R$ 23, com direito a fritas, arroz e feijão. Os pratos do dia não passam de R$ 12 e, apesar de serem individuais, servem dois sem sustos. Tudo isso trazido por uma turma de garçons veteranos e competentes, onde se destacam o Antônio e o já folclórico Chico, o das pimentas, que gosta de fingir que é gay para fazer graça com a cara dos clientes mais novos. Uma figura.