Criticando Alameda

Quem circula pela Serra de Petrópolis conhece ou pelo menos já ouviu falar do Alameda, um dos poucos restaurantes do país especializado em escargots. No Rio, é único há anos. Pois bem, há menos de um mês o Alameda passou a funcionar em Botafogo, e não mais em Araras. Mudou-se para a simpática casa onde ficava o Carême. A reforma ali foi radical, tanto que, não fosse a mesa redonda do mezanino, não daria para identificar sinal algum do espaço anterior. E talvez a ideia tenha sido mesmo essa, a de não remeter ao antigo endereço, pelo simples fato de terem cozinhas e propostas distintas. Mas, para quem entra ali pela primeira vez, a avaliação pode ser igual a minha: o Carême era bem mais bonito. Mas passemos à mesa. Da cozinha do restaurante de Otton Junqueira, que é também criador desse molusco do qual gosto muitíssimo - e sei bem que estou longe de pertencer a uma unanimidade - não saem apenas caracóis. Minha companheira de jornada, que foge do tal bichinho, fartou-se com o crocante de bacalhau (lascas empanadas e pesto, R$ 24,50), o magret de canard $molho de jabuticaba e mil-folhas de batata (R$ 38,20) e o inédito caldinho de cassoulet com chantilly de bacon (R$ 18,50). Convenhamos, porém, que o Alameda é farra das boas para quem curte esse molusquinho de fina estirpe. É oportunidade única de usufruir de suas mais variadas versões (e nunca vi tantas juntas), feitas por quem há anos lida com essa iguaria. Salivo só de lembrar das minipolentinhas com escargots $no conhaque (R$ 24,30); do combinado com cogumelos Paris na manteiga de Pernod (R$ 29,30); do vol-au-vent (bem amanteigado) com shiitake e shimeji (R$ 31,20) ou do clássico à bourguignonne (R$ 27,80). Decepção, só na hora dos doces: até agora, incrível, nenhum leva escargot...