Criticando Ponderox High Grill

Tenho a maior simpatia pelo Uruguai e pelos uruguaios. Especialmente agora, depois dessa "lavada" de 4 a 0. Já percorri os vinhedos de Canellones, onde está boa parte das vinhas uruguaias, e colhi tannat do pé. Apostei todas as minhas fichas (e perdi várias) nos cassinos de Punta Del Este e já cheguei a dirigir 250 quilômetros até Rivera, na fronteira com o Brasil, só para ver os esturjões russos lépidos e fagueiros nas águas limpas do Rio Negro. Portanto, essa "viagem" toda é só para contar que o Ponderox High Grill, na Barra, tem muito, mas muito do Uruguai. E para quem curte aqueles lados, comer ali pode ser um adorável (único) revival. Começo pelas carnes, em grande parte uruguaias. E grelhadas como manda o figurino de nosso vizinho. Não sei qual é a técnica utilizada, mas churrasco uruguaio tem gosto de churrasco uruguaio. Igual, só lá. E agora cá, no Ponderox. Acho que o mérito é do gerente, Juan Daniel, que - ora, ora! - é uruguaio. O fato é que a picanha chegou deliciosamente uruguaia, com arroz - com cubinhos de bacon crocante, petit-pois e castanha - deliciosamente... brasileiro (R$ 42). Minha filha experimentou o Kobe beef hermano: é que nos últimos três anos, um grupo de produtores resolveu criar wagyu ou Kobe beef, um tipo de gado japonês que cresce confinado, é superalimentado, bebe cerveja e recebe massagens de shiatsu. Isso no Japão. Aqui no vizinho, os animais crescem soltos e sem maiores frescuras. Nem por isso sua carne deixa de ser marmorizada, macia, gostosa e cara também. A maminha com farofa de banana sai por R$ 58. O assado de tira, outro clássico, custa R$ 59, com chips de baroa. Bebemos tinto uruguaio e fechamos o almoço dominical com um alfajor feito na casa, maravilhoso, menos doce que o usual, que não comi igual nem mesmo no Uruguai (R$ 14). Outra bola dentríssima (na baliza deles).