Criticando Duo

Voltei ao Duo por conta de uma nova atração em cartaz ali: jantares harmonizados com vinhos chilenos de garagem, "diferenciados", com rótulos desconhecidos de pequenos produtores do país. Animador: ando achando os vinhos argentinos e chilenos todos iguais (preciso consultar madame Novakoski urgentemente!). Além disso, o fator preço também pesou: simpáticos R$ 140, com couvert, entrada, primeiro e segundo prato, sobremesa e bons vinhos do começo ao fim. É soma generosa, nesses tempos de contas indigestas e preços obscenos. As degustações - com importador presente e sommelier a postos (no caso, Dionísio Chaves) - acontecem apenas nas noites de segunda-feira, quando a casa permanecia fechada. Se você quiser ignorar os dois e apenas se limitar a curtir os vinhos e o menu, vá sem constrangimento algum. As degustações são informais, não têm hora e acontecem pelos dois salões do Duo. É chegar (melhor reservar, como fizemos), eleger uma mesa para chamar de sua e aguardar os vinhos chegarem. Quem quiser (e nós quisemos) pode pedir uma pasta com informações sobre cada um dos rótulos. São 24 projetos e 12 vinhos top. Estava lá no "manual de instruções". O jantar inclui opções de pratos para cada um dos serviços. Pedro, meu parceiro de mesa, pediu polenta com cogumelos frescos, enquanto fiquei com o steak tartare regado no azeite trufado, que chegou com focaccia de ervas quentinha. Por mim, passava a noite só no tartare. De primi , provei o agnolotti com baroa, cherne e tomate-cereja, enquanto meu amigo foi de ravióli de cordeiro. De secondi , nós nos dividimos entre o stinco de vitela com polenta de pecorini e o cordeiro com cogumelos e pupunha. O semifreddo crocante com calda de chocolate ficou no centro da mesa de bobeira, enquanto continuávamos a prova de esforço. Os vinhos chegavam de surpresa, harmonizados pelo sommelier e servidos sem parcimônia. Os melhores da rodada? Tatay 2007 (Von Siebenthal), Sultán 2008 (Una Hectarea) e Amir (Una Hectarea). Há tempos não tinha uma segunda tão animada.